terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Temperamento - Sempre as Velhas Novidades Behavioristas. Testagem Psicológica não é um ato médico



A notícia abaixo embora interessante é um pouco sedutora e por isso preocupante. Ainda que tenha não dados suficientes da pesquisa entendo que esta promova a quebra do preconceito para àqueles que pensam buscar, e por inibição e falta de informação não consigam ajuda de profissionais de saúde mental. No entanto tal concepção pode favorecer aqueles velhos jargões onde uma pseudo patologia vem antes do nome do sujeito. Por Exemplo ao invés de João da Silva me chamo João Ciclotimica da Silva. o Equívoco pode ser ainda maior. Teste de personalidade, de avalição psicológica só podem ser utilizados por questões técnicas e legais serem aplicados por Psicólogos e não Médicos. Até aí nenhum novidade interessante. Importante seria se O Conselho Federal de Psicologia de manifestasse a tal repeito.Mas se você ainda for curioso e quiser mais alguma alcunha fique a vontde leia a notícia abaixo e descubra o que esse disparate disse o que você é.



Médicos brasileiros estão desenvolvendo uma pesquisa que pode ajudar no tratamento de doenças comportamentais, como depressão, ansiedade e estresse. O estudo procura voluntários em todo país. Você pode participar de casa porque as informações são colhidas pela internet. E você recebe, de graça, a avaliação de uma equipe médica.

Os médicos já sabem: de 35% a 50% da população têm algum tipo de transtorno psiquiátrico. O problema é que a maioria não procura ajuda por falta de informação ou preconceito.

“Cada vez mais estão surgindo evidências de que o comportamento da pessoa, seu jeito de ser, está relacionado com as doenças mentais que a pessoa pode vir a manifestar e também com a forma que essa doença se manifesta na pessoa”, esclarece Gustavo Ottini, psiquiatra

E há vários tipos de transtornos. Por exemplo, 10% da população já teve ou terá depressão ao longo da vida. Mulheres, pessoas com stress provocado por doenças ou que tiveram perdas em geral, como relacionamentos ou trabalho são as mais afetadas. Elas apresentam sintomas como falta de vontade, tristeza e perdem o prazer em atividades que antes gostavam de realizar.

Entre os homens a irritabilidade também chama a atenção e para saber como o temperamento influencia ou é influenciado pelos transtornos psiquiátricos um grupo de pesquisadores da PUC, de Porto Alegre, criou uma pesquisa na internet.

Qualquer pessoa com mais de 18 anos pode participar. Bastar ter um computador ligado à internet e um endereço eletrônico. O voluntário não precisa se identificar. E depois de responder o questionário, ele recebe na hora uma avaliação psicológica.

Uma espécie de mapa comportamental. A pessoa fica sabendo como estão os níveis de medo, sensibilidade, controle, vontade, se está ansioso, apático. Um diagnóstico rápido que pode servir para o início de um tratamento. A ideia é coletar os dados de 50 mil voluntários. Para os médicos, a estatística final pode ajudar nos consultórios.

“A escala de temperamento que a gente desenvolveu pode ser útil depois para consultórios de psicólogos e psiquiatras para antecipar o perfil do paciente e de que maneira aquela pessoa pode ter mais ou menos chances de desenvolver os transtornos psiquiátricos. Então abreviaria e ao mesmo tempo deixaria mais completa a avaliação, em pouco tempo”, diz Diogo Lara, psiquiatra.

Heloísa comemora os avanços que teve depois que descobriu e começou a tratar a depressão. Para ela, se conhecer é o primeiro e mais importante passo para viver melhor. “Tem coisas que são do temperamento, que de repente é normal. E outras que seriam transtornos psiquiátricos e a pessoa já vai se encaixar nisso e talvez procurar ajuda. Fica muito mais fácil”, comenta Heloísa Galvão, aposentada.






para saber mais www.temperamento.com.br




depois De fazer o teste se achar interssante procure ajuda sob indicação de alguém que confie. Mas tome cuidadado para não sair "bipolarizando por aí"

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Talvez os comprimidos e assepsia não sejam coloridos.




"Proclama-se com um ar de triunfo que a ciência começa a dominar a vida. Pode ser que chege a isso, mas é certo que a vida assim dominada não tem mais grande valor, por que é muito menos vida, e garante para o futuro muito menos vida que essa mesma vida fazia em outos tempos, dominada não pela ciência, mas pelos instintos e por algumas grandes ilusões.

Friederich Nietzsche
in meditações inatuais

domingo, 19 de dezembro de 2010

O MAL ESTAR NA COMTEMPORANEIDADE: HISTERIA, RANCOR E MALIGNIDADE





“Deus está morto. Marx está Morto. E eu, para falar a verdade, não me sinto muito bem"
(Woddy Allen)



Inicialmente, gostaria de agradecer a organização do Encontro que me oportunizou a possibilidade de estar aqui para discutir algumas questões que fazem lugares e momentos na clínica psicanalítica contemporânea. Evidente que tal pressuposto não se esgotaria, motivo pelo qual, escolhi alguns pontos para trazer a debate.

Falemos um pouco então, daquilo que talvez, seja o mote central do contemporâneo: O Mal Estar e num segundo momento, discutiremos aquilo que se denomina como Histeria Maligna.


1. O Mal Estar e o Mundo Contemporâneo.

Há um lugar para conceber que as pedras falam e que há a possibilidade de se entender o idioma inconversável delas . Mas para tanto há de ter poesis, há de ter criação. Freud quando apresenta as descobertas possibilitadas pelo emprego do método psicanalítico na observação e escuta dos sintomas histéricos, afirmou: "As Pedras Falam" . O produto da atividade neurótica, símbolos mnêmicos das atividades infantis recalcadas, são potencializados pôr uma linguagem que então, traduzida e decifrada, informa sobre experiências e acontecimentos do passado que testemunham sobre a origem da doença. A experiência psicanalítica que se funda no método da interpretação, que elucida os sentidos mais ocultos dos sintomas, configura-se como a "cura pela fala" que nos remete a pensar que tudo o que pensamos. Falamos e ao falar utilizamos uma linguagem que é composta de palavras, pois a “escrita é sempre a escrita de uma fala” [SAFOUAN]; o inconsciente se estrutura como uma linguagem solicitando como uma condição operacional, a inscrição de eventos no inconsciente, melhor dizendo, no registro das representações.

“Aonde não há poesis, pedras passam por pedras mesmo. O terreno, por conseguinte não é propicio à descoberta de objetos marcados por inscrições codificadas" (Lowenkron )

Dentro desta perspectiva, o terreno não seria propicio à descoberta de objetos marcados por inscrições e passíveis de tradução. Na verdade, a psicanálise, desde sempre facultou esta possibilidade, testemunhada na formação das "neuroses atuais". Falemos, então, de estados neuróticos desprovidos de atividade criadora, impossibilitados de realizar a passagem da intensidade pulsional para o registro da interpretação. Esclarecendo, das dificuldades encontradas pelo sujeito para a simbolização, melhor dizendo, para efetuar o processo de simbolização, surgem os sintomas que, supostamente, não são portadores de sentido. Seriam sintomas que não falam, mas explicitam perturbações de economia sexual somática. Tal economia exerceria um conhecimento não pensado, não inscrito no registro da representação. Neste processo, ocorrem manifestações que são sentidas, percebidas como um Mal-Estar que não encontra definição que, muitas vezes não se localiza. Um Mal Estar Indizível. Essas categorias clínicas demarcam fortes limites ã clínica psicanalítica, tal como se apresenta e se pensa fundamentalmente na clínica baseada do recalque.

As questões seriam: sobre quais diferenças estamos falando, quando e por que elas acontecem? Bion diz que talvez encontremos mais "Hamlets" do que "Édipos". Roudinesco afirma que "Os pacientes dos anos 90 são muito diferentes daqueles dos primeiros tempos" e continua a autora, que cada um de nós não cessa de confirmar na própria experiência.


Penso que as questões colocadas até agora, não são nenhuma novidade para quem nos ouve, neste momento, muito antes pelo contrário, também refletem e sentem o mal estar com o qual se deparam quotidianamente. Com tais questões e, concordam os psicanalistas, sejam quais forem suas premissas ou tradições de pensamento psicanalítico que, existem mudanças importantes na economia psíquica do homem contemporâneo.

Falando de sofrimento psíquico na atualidade, destacam-se os chamados transtornos depressivos, que se caracterizam por sentimento de um vazio interior, redução de auto-estima, falta de identidade, empobrecimento da experiência subjetiva e criativa, somatizações graves, as toxicomanias e os modos perversos de existência.


“As pessoas que vêm consultar-nos, começam geralmente por relatar uma depressão, maior ou menor, uma dificuldade de viver, uma incapacidade para fazer as coisas mais simples. Nas entrevistas, por vezes reconhecemos o que classicamente conota a depressão: abatimento, inibição do pensamento, sentimento de vazio, cansaço, apatia, impossibilidade de amar, impotência ou frigidez, sentimento de inferioridade, de inadaptação ou ausência de valor" CHEMAMA,R

Não se pretende, aqui, uma revisão teórica, mas sim, evidenciar uma coalizão de pensamentos psicanalíticos acerca do sofrimento psíquico que se apresenta no mundo contemporâneo, os desafios da clínica psicanalítica que, por sua vez tem seu setting redimensionado por sofrimentos e sujeitos que se manifestam sob a forma de sintomas narcísicos, depressivos, com dificuldade de articular narrativas, suas próprias histórias, suas experiências, amores e dores.
Além da marca deste discurso há uma solicitação imediata da remissão deste quadro, o alívio rápido, e a dificuldade de aceitar um trabalho sistemático e regular que a psicanálise solicita.

ROUDINESCO afirma que a depressão deveria ser pensada muito mais como um avatar do que propriamente como uma entidade autônoma. ROUDINESCO enfatiza que a histeria, evidentemente não desapareceu, no entanto ela está sendo cada vez mais tratada e vivida como uma depressão. O modo depressivo então, de sofrimento guarda conformidade com o que se chama de sociedade depressiva, na qual então, se instaura, e o paradigma da histeria é "substituído pelo da depressão" .

No entanto a categoria denominada como depressão (cabendo distingui-la da melancolia) atualmente ampara-se fortemente no discurso psiquiátrico e seus ideais fálicos, já evidenciados por MICHEL FOUCAULT em sua obra “A Micro-Física do Poder" que, por sua vez trabalha com um método empírico experimental, produzindo, conseqüentemente um campo fecundo de pesquisa para psicofarmacologia, para neurociências e outras disciplinas que operam num contexto de pensamento notoriamente não-neutro, tratando os transtornos depressivos como anomalias, mal funcionamento cerebral, cujo o comportamento possa vir a ser corrigido por meio de medicamentos, tornando dispensável a busca de sentido para os sintomas.


2. A Histeria: Rancor e Malignidade.

a) Sobre o Rancor. Historicamente, a histérica, ou a histeria, se manifestou em todas as culturas como uma máscara que refletia a moralidade manifesta assim como as aspirações sexuais mais escondidas. Conta a história que a histeria tanto foi identificada como algo santificado, como algo que representava a feitiçaria. Apenas no século XIX, no seu final, que Charcot estabeleceu algo que podemos chamar de estatuto da histérica . No entanto coube a Freud, definir a natureza e o caráter da histeria, respeitando suas resistência que se manifestavam na recusa da histérica ao tratamento ou, propriamente falando na sua má vontade para com o mesmo. Em 1895 Freud postula que o não saber da paciente histérica seria de fato, um não querer saber.

"Todos sabem que Freud atribui inicialmente este não saber a episódios de sedução sexual real na infância antes de relacioná-los a fantasmas de sedução recalcados que o paciente expressava, no presente, através de uma linguagem somática, mas do qual se recusava psiquicamente tomar consciência"(M. Khan)

Freud iniciou, de maneira inovadora determinando a etiologia dos sintomas histéricos, destacando o papel predominante e quase exclusivo da sexualidade infantil. Desta maneira o Histérico, por um lado, seria um indivíduo que tentaria encarar suas experiências que haveriam acontecido no curso de seu desenvolvimento inicial, que por sua vez ultrapassariam de forma significativa os meios da personalidade incipiente. Por outro lado, no entanto, encontrava na sua infância, apenas uma compreensão do seu meio. Para M. Khan, no seu texto, o rancor da histérica, desde os escritos iniciais de Freud não havia dados significativos na literatura que permitissem compreender melhor o histérico. A hipótese de M. Khan é que nos primeiros anos de sua infância o histérico é marcado por faltas de uma maternagem suficientemente boa e, desta maneira, acabaria por responder com um desenvolvimento sexual precoce. Estaríamos falando então de um Holdind não apropriado (handling?) que produziriam angústias e afetos primitivos e a ameaça que resultaria para coesão do eu nascente conjurados pela intensificação do corpo e pela exploração dos aparelhos sexuais do mesmo. Dentro desta dinâmica, se assim pudemos chamar, desde os seus primórdios, então, se estabeleceriam as dissociações entre a experiência sexual e a utilização criativa das capacidades do eu.

Na vida adulta, então, o histérico responde à angústia pela sexualização, empregando em suas relações objetais os aparelhos sexuais do eu-corpo em prejuízo de relações afetivas e das funções do eu. Por sua vez as inibições e as atuações marcam as experiências sexuais. Ao utilizar os aparelhos sexuais, o histérico tenta realizar o que outros conseguem pelo funcionamento do eu. KHAN diz que “(...) É essa tentativa que explica o seu desejo ardente de experiência sexual, desejo que só se compara à sua incapacidade de manter uma relação amorosa ou dela se alimentar. É por isso que, nas experiências que eles mesmos têm, os histéricos vivem um estado psíquico de rancor perpétuo". Dentro desta perspectiva podemos entender que os histéricos sentem que algo é mantido fora de seu alcance e que, seus desejos não seriam reconhecidos por aquilo que de fato são. O que seria uma incapacidade do eu nascente na experiência infantil, relatada anteriormente (o problema do Handling), na vida adulta acaba por ser projetada como uma recusa do Outro em reconhecer seus desejos (preponderante sexuais) e satisfazê-los. Os histéricos acreditam que se estes desejos sexuais e anseios fossem gratificados, eles então estariam curados. Sendo assim atribuem ao Outro a incapacidade de conseguir essa gratificação e o culpabilizam pela impossibilidade de aceita-los totalmente e amar. Com essa psicodinâmica, engendra-se uma excessiva dependência em relação ao objeto amado, uma tentativa de delegar ao Outro as funções pessoais do eu, um subterfúgio de viver graças à solução sexual. Para Khan, mesmo que o histérico encontre esta solução em alguém, isto não acontece durante muito tempo, acabando em função de sua lógica inata e escondida pelo rancor e queixas.
Para esta questão M. Khan estabelece três hipóteses a partir de sua experiência Clínica:
a) Acredita-se que os histéricos não descobrem na puberdade sua sexualidade genital como algo novo que, por sua vez, ofereceria novas possibilidades ao eu-corpo. Explica Khan que há uma fuga em direção a uma sexualidade genital prematura, como um meio de enfrentar a imaturidade do eu. A sexualidade nascente, impregnada de impulsos e fantasmas pré-genitais, no momento da puberdade, não surpreende o histérico e não enriquece sua personalidade como uma nova experiência, mas reifica todos os sistemas fantasmáticos pré-genitais anteriores, mantendo um conflito agudo com o código moral e os valores que o indivíduo assimilou. O Histérico vive um papel de vítima das forças instituais e dos preconceitos morais como não sendo seus e, a partir daí, a única solução possível parece ser o agir. No entanto o Histérico fica a espera da ajuda do Outro para agir, permanecem passivos em função da dissociação entre o fantasma sexual e as funções do eu.”Os Histéricos tem necessidade de uma facilitação sexual por parte do outro para poder agir seus fantasmas sexuais latentes e recalcados. Existe uma procura através da solução sexual que é essencialmente a facilitação de um funcionamento inadequado do eu, e é esta dissociação entre o eu-corpo e as funções do eu que cria um outro estado desastroso para o histérico. O sucesso desta solução sexual, inconscientemente, significa a castração das capacidades do eu. Esta reedição sexual em relação ao objeto acarreta na ameaça de aniquilação, explicando então a recusa do histérico face ao objeto procurado e desejado”.

b) Segundo Khan existe um segundo fator que interfere contra o sucesso da solução sexual com o objeto exterior. Para o Histérico a experiência sexual constitui-se numa traição da confiança e uma exploração brutal do potencial sexual. Explicasse assim: Em qualquer relação de objeto há uma chamada ignorância fundamental. O objeto lê nos gestos do histérico a expressão de anseios e desejos sexuais e responde neste sentido enquanto que, na verdade se trata de uma linguagem simbólica do corpo que procurar expressar as necessidades primitivas de cuidado e proteção. Khan ilustra de maneira bem enfática essa expressão de rancor com um relato de uma paciente “aquilo que eu precisava era ser amada, e tudo que consegui obter foi que me tratasse como uma puta" Ou seja as necessidades corporais podem até ser satisfeitas, no entanto as necessidades do eu não foram reconhecidas nem facilitadas, o que por sua vez, seria essencial.

c) um terceiro ponto: Khan pensa neste vértice, uma terceira razão para o fracasso histérico pela resolução sexual. Continua o autor afirmando que umas das contribuições decisivas de Freud foi ter estabelecido que os sintomas histéricos são uma comunicação, tendo estes uma gramática própria. Winnicott acrescenta a esta hipótese uma outra dimensão quando distingui os sistemas de desejos inconscientes e os sistemas de necessidades inconscientes - o isso e o eu. Para ele os sistemas de desejos podem ser abordados pelos processos intrapsíquicos, como o deslocamento, a projeção e o recalcamento, ao passo que os sistemas de necessidades reclamam uma facilitação de um ambiente suficientemente bom, marcado pelo cuidado que tornem as capacidades incipientes das crianças autônomas. A partir deste ponto, Winnicott começa a compreender o funcionamento psíquico das chamadas "crianças delinqüentes" a dizer, a chamada "tendência anti-social". Sua hipótese seria de que esta tendência seria encontrada em todos os distúrbios da personalidade, indicando una verdadeira privação na primeira infância do indivíduo. Privação de boas experiências de vida, que foram interrompidas ou perdidas durante um período ou lapso de tempo, não facultando ao indivíduo a rememoração do que teria sido bom ou positivo. Esta experiência traumática será revelada ou manifestada pelo indivíduo através da "tendência anti-social" .

Khan, até mesmo por seu vínculo com Winnicott, valoriza o conceito “anti-social”, entendendo que histérico expressaria esta tendência pelo viés das experiências sexuais.O autor entende o histérico adota como solução um desenvolvimento sexual precoce para encobrir aquilo que Winnicott chama de uma falta da mãe que não pode prover as necessidades do eu da criança, uma mãe suficientemente boa. Isto, então, constitui a sexualidade adulta histérica, não tanto o veículo da gratificação, mas sim uma comunicação, um idioma, uma linguagem que o permitisse expressar a privação e uma maneira para informar a esperança de que o objeto saberá curar a dissociação, quando este decifrasse as necessidades do eu inconscientemente expressas no que se manifesta numa complacência sexual manifesta.Para Khan “a promessa da personalidade histérica traz em si uma esperança mais do que um desejo ou uma capacidade.”




Então se retomarmos a etiologia histérica percebemos, apoiados nos conceitos que Winnicott oferece, sobre o holding, o handling, a mãe suficientemente boa, a despersonalização, e a tendência anti-social, que o traumatismo real não é de natureza sexual, melhor dizendo, está antes ligado a um fracasso da mãe em prover as necessidades primárias da criança. A maneira pela qual a criança tentaria de se curar desse traumatismo seria através da exploração sexual do corpo constituindo um funcionamento psíquico do qual se valerá para as situações de conflito. A isso que Khan chama de autotratamento também condiciona a utilização, que ele, o histérico, dos objetos.

E fundamentalmente na área de relação do objeto, no uso do objeto, que o histérico vivenciou seus primeiros traumas e conheceu a desconfiança.Justifica-se, daí, a hiperssexualização da transferência, sendo que aquilo que parece intolerância frente à frustração sexual, é na verdade um sentimento que revela sua profunda desconfiança. É na transferência estabelece esta realidade psíquica, a dizer o rancor, através do qual pode entrar em relação com o outro, sem que haja mutualidade estabelecendo um tipo de vínculo que não permita que seja conhecido e ajudado.
A) A histeria e sua malignidade.

“É claro que a histeria não desapareceu, porém é ela cada vez mais vivida e tratada como uma depressão(...) a sua substituição é vivida e acompanhada, com efeito, por uma valorização dos processos psicológicos de normalização, em detrimento das diferentes formas de exploração do inconsciente(..) para a psicanálise, psicofarmacologia, para psicoterapia, homeopatia.”
ROUDINESCO


Bollas , inicia seu texto “O Histérico maligno” de uma forma contundente: Não há provavelmente, uma clínica na Europa que não seja visitada de vez em quando por aquilo que a equipe chamará de histérico maligno. Uma espécie de figura terrível no mundo psicanalítico, e que quando isso acontece vê-se os psicanalistas falarem de uma maneira muito particular e trêmula sobre o assunto, por ser tratarem de pessoas extremamente perturbadas e que, apesar disso a literatura sobre estas pessoas de quem se fala tanto com aparições tão marcantes são raras.

As primeiras referências sobre estas regressões foram distinguidas como Malignas e Benignas por Michel Balint. Na análise, os pacientes benignos seriam aqueles que abandonam um nível mais alto de funcionamento no curso das regressões naturais que ocorrem por meio da experiência transferencial.

Por outro lado existem aquelas que abandonam de maneira violente o nível mais alto de funcionamento como uma resposta transferencial e imediata ao analista requerendo cuidado e reparação do ambiente. Talvez estejamos então falando de uma regressão maligna. Para Bollas uma regressão é maligna se o paciente procura a delegação do self a fim de coagir o outro a um cuidado incondicional. O desejo do histérico maligno é de que o analista esteja lá para responde a sua demanda, o tempo que for preciso. Na Chamada condição maligna não há intenção inconsciente de devolver o self a independência, a análise é vista como o cumprimento de uma promessa.

Para distinguir;

Os pacientes esquizofrênicos, em sua tendência, irão regredir violentamente abandonando todo o controle do self, e muitas vezes com intenção que o analista cuide deles;
Os pacientes deprimidos, de forma crônica, por sua vez também vão procurara por tais asilos interpessoais com o mesmo objetivo, imprimindo ao analista o cuidado;

No entanto dentro do funcionamento depressivo e esquizofrênico, há de pontuar que geralmente, é facultada ao analista uma advertência clara de suas intenções, talvez invasivos, mas não intrusivos.

Os pacientes malignos têm como uma de suas características a surpresa, apresentado um estado de óbvio desespero, evocando seus desesperos com poder evocativo e sagaz, mostrando-se, pouco assentado na realidade.

“Certamente, é agoniante quando ele suplica para não ser rejeitado pelo analista, não ser abandonado pelo mundo. Com certeza ele desarma o analista ao prometer que fará tudo o que este pedir. Logicamente é estranho quando ele apaixonadamente confirma as observações do analista”.Bollas(2000)

O Histérico Maligno transforma o self num evento, para Bollas, é estabelecida uma lei familiar que permite atuação como comunicação, uma lei que transforma os chamados “estados internos da mente” em cenas enlouquecidas que capturam os outros. O self agora transformando em um evento, lança seus objetos internos nos outros reais

O histérico maligno acredita que somente sendo efetivo o outro irá ouvir e considerar o self. O Analista é aprisionado na esperança psicótica histérica, é convidado, sem a possibilidade de recusa, a ser uma testemunha (ou cúmplice) da idéias que deve sofrer deste aprisionamento e acreditar que o futuro é incerto e perigoso, até porque não está sobre controle.

O Histérico Maligno passa para o outro, aquelas identificações projetivas parentais que lhe haviam sido comunicadas primeiramente pela mãe e muito possivelmente pelo pai, segundo Bollas.
As identificações projetivas parentais que haviam sido comunicadas pela mãe, primeiramente, e pelo pai, de certa forma o Histérico Maligno passa para o outro. Sabe-se da import6ancia da identificação projetiva materna para o desenvolvimento psíquico para o bebê. Para Bollas no entanto, se neste conato está operando como um substituto do engajamento sensual do bebê, de maneira que a identificação projetiva seja a única forma de toque, então o bebê estará propenso a supervalorizar tais efeitos internos. “Posteriormente, diz Bollas, tal como no histérico maligno, se a mãe é o intermediário das identificações evacuativas dos pais dela, então ela irá projetar violentamente seus objetos internos em seu filho, que por ele será possuído. Esta é a etiologia da possessão histérica por espíritos invasores e estranhos”.

Os Histéricos malignos tenderiam a se sentirem deslocados por uma mistura de outros que tem. (seria uma ausência presente de um falso self?)

Transferencialmente, o histérico maligno traz uma realidade do tipo psicótica, também para o enquadre psicanalítico, dominando self com imagens e palavras que funcionariam como real. Nada mais que uma reedição, atualização ou rememoração erótica das narrações e atuações da mãe. Configura-se um modo bizarro de exploração dos objetos sexuais à custa de outros reais.

O processo de formação objetal é sexualizado. A mãe- maligna (ou torna-se) voltando se para um objeto interno que suporta seu bebê.A reversão do Conflito Original. Nas relações, a mãe atua cenas de intensidade erótica produzem nos outros um efeito de esfriamento.

Para Bollas este mesmo esfriamento, ocupa, então o analista, sendo parte de sua tarefa interpretar como o Histérico maligno “dês-constroi” sua personalidade a fim de intensificar essa internalidade expressa em uma exibição erótica e desafiadora de desejo que recusa e anula o outro

“Os histéricos-em–Psicose propõe aquela cena que eles não podem tolerar” Podem até tolerar uma mãe deprimida, ver um pai enfurecido e até a perda de um outro. No entanto a relação sexual parental é impensável. Isso não se trata naturalmente de um ataque ao vínculo, este muito mais próximo de uma idéia particular. Os personagens pai e mãe seriam os protagonistas guerreiros encontrados na representação de uma relação sexual violenta, entre as características femininas e masculinas.

“A Confiança construída na reciprocidade, é sentida como um insulto para o histérico. Parece uma mentira. Tal confiança é obra de idiotas(...) tais confianças devem ser anuladas. Devem ser violadas pelas visões e sons de uma outra cópula, que esteja totalmente embrulhada em si mesma (...) o histérico em psicose rompe a aliança terapêutica de uma cena primária auto-erótica, uma visão do self fodendo em si mesmo, enclausurado em um louco abraço que desafia qualquer outro a intervir” BOLLAS

O objetivo deste trabalho é estabelecer um diálogo que nos permita pensar: será que todas as categorias clínicas regressivas que encontramos são de fato estruturas psíquicas que podemos (ou queremos) nomear como depressões e estados borderlines? Ou será que a histeria sim está presente sobre um manto fenomenológico que nos permitem digressões “suficientemente boas” para podermos estar pensado em novas categorias da Histeria na Pós Modernidade. Será que os hospitais continuam como avisa Foucault, a expurgar a histeria o que significou que ela teria que aparecer de outra forma?

A Depressão e seus estados.





Sem sombra de dúvida, podemos afirmar que na atualidade, que os quadros clínicos de depressão vêm mostrando significativo crescimento na prática analítica. No entanto devemos ressaltar alguns fatos bem importantes sobre os tratamentos, tipos de estados depressivos e equívocos decorrentes de atendimentos precipitados. Para tal justificativa vou me amparar em dados estatísticos para balizar de maneira séria e honesta alguns dados que trago a seguir.
1.Entre as dez mais importantes doenças incapacitante de indivíduos, cinco são emocionais, dentre elas a depressão: é a primeira delas.
2. 50% (cerca de) de médicos não psiquiatras ou psicanalistas não diagnosticam ou se o fazem cometem equívocos importantes e prejudiciais usando benzodiazepínicos ou antidepressivos em dosagens erradas.
3.O números de estados depressivos está aumentando.
David Zimerman psiquiatra e psicanalista afirma: “virtualmente, em todos os quadros de patologia mental existe subjacente, alguma forma de estado depressivo”
4. É grande o número de “depressões subclínicas”, melhor dizendo estados depressivos que não se mostram ou se manifestam de forma evidente e sim por traços inaparentes, como por um estado de continuada apatia, ou vir a se revelar por hipocondria, alcoolismo, transtornos alimentares, etc. Segundo Zimerman podemos classificar:

Tipos:
a) Atípica: mais conhecida com os nomes de “depressão neurótica” ou “depressão reativa”. Seu perfil é único e resulta de alguma forma de crise existencial, por razões predominantemente internas ou externas. Habitualmente não respondem bem à medicação.
b) Endógena: resulta de causas orgânicas e manifesta-se com sintomatologia mais típica, adquirindo características “unipolares” (os sintomas são unicamente depressivos) ou “bipolares” (os sintomas tanto podem ser da esfera depressiva ou, em um pólo oposto, de natureza “maníaca”). Apesar de serem endógenas, comumente elas podem ser desencadeadas por fatores ambientais, se assemelhado qualitativamente à depressão atípica. Costuma responder bastante bem à moderna medicação antidepressiva, quando adequadamente ministrada e, principalmente, quando acompanhada de alguma forma de terapia de base analítica.
c) Distímica: esta denominação corresponde à depressão que comumente é de chamadas de “crônica”.






Principais Causas da Depressão
A) Depressão anaclítica: resulta de um primitivo “vazio de mãe”.
B) Identificação com o objeto perdido: corresponde ao clássico aforismo de Freud – “a sombra do objeto recai sobre o ego” - , com um luto mal-elaborado desse objeto, de maneira que propicia a instalação de quadros “melancólicos”.
d) Depressão por perdas; tanto de objetos importantes – especialmente quando foram perdas prematuras, traumáticas e significativas – como também de partes do ego, tal como acontece nas “depressões involutivas”, quando o sujeito que está entrando em idade mais avançada sente estar perdendo o vigor físico, a concentração, a memória, etc.
e) Depressão por culpas; neste caso, a depressão é determinada pela ação punitiva de um superego tirânico, aquilo que também chamamos de uma autocrítica punitiva.
f) Identificações patógenas: em especial aquelas que, particularmente, tenho proposto a denominação de “identificação com a vítima”.
g) Ruptura com os papéis designados: a depressão provém da ação de um “ego ideal” – que obriga o sujeito a corresponder os inalcançáveis ideais que o seu narcisismo original exige – bem como de um “ideal de Ego”, que resulta das expectativas grandiosas que os pais e o ambiente circundante depositaram no sujeito, desde bebezinho, atribuindo-lhe papéis que ele deverá executar pelo resto da vida, caso contrário, despertam nele uma sensação de traição, vergonha e humilhação.
h) Depressão decorrente do fracasso narcisista: Muito freqüente; estado decorrente de algum tipo de fracasso que o sujeito fortemente fixado naquilo que chamamos de “posição narcisista”, sofre diante de enormes demandas de obtenção de êxitos sucessivos, como dinheiro, poder, prestígio.
i) Pseudodepressões: Como no tipo de pessoa que atravessa uma vida inteira aparentando desvalia e pobreza que não correspondem a sua realidade. Comporta-se desta maneira por motivos como: medo de atrair a inveja retaliadora; medo de provocar tristeza naqueles que o invejarem; medo de se tornar a partir do olhar do outro uma fonte inesgotável de provimento e satisfação de necessidades; uma forma de parecer ser um sofredor, que para ele representaria um merecimento do amor do outro.

Sobre o tratamento:

Em todas as situações descritas e motivos de estados depressivos, cabe lembrar que não são necessariamente situações ou motivos estanques, rígidos, ou únicos. O sujeito pode apresentar motivos em algumas situações concomitantes. A Indicação para tanto é a psicoterapia e não cabe também discutir a eficácia dos antidepressivos. Mas chamamos a atenção para o uso indiscriminado e uso equivocado dos benzodiazepínicos, aquilo que chamamos de “medicalização” . Evidente que o uso de antidepressivos é importante e não exclui a psicoterapia. Consenso é em casos mais graves e importantes o uso combinado e adequado da psicoterapia e dos antidepressivos. Lembrando dados estatísticos do FDA dos Estados Unidos: entre 100 suicidas nos deste país, 80 usavam somente antidepressivos (dados de 2007).

Bullying : Um Sintoma Social e Familiar.



Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.


As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário.Há de se dizer que no que se refere a escola as crianças ou adolescentes tendem a replicar o comportamento familiar. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.



Fonte Brasil Escola
Orson Camargo; sociólogo.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Os vagalumes não precisam de colírios ou colibris.


" As vezes um chapéu é somente um chapéu"
Dr. Freud


Filtro solar!
Nunca deixem de usar o filtro solar
Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro
seria esta: usem o filtro solar!
Os benefícios a longo prazo do uso de Filtro Solar estão provados e comprovados pela ciência,
Já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante.
Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês...

Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da
juventude.
Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude
até que tenham se apagado.
Mas pode crer que daqui a vinte anos você vai evocar as suas fotos,
E perceber de um jeito que você nem desconfia hoje em dia,
Quantas, tantas alternativas se escancaravam a sua frente.
E como você realmente estava com tudo em cima,
Você não está gordo ou gorda...


Não se preocupe com o futuro.
Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que
pré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar
resolver uma equação de álgebra.
As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada,
e te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de uma terça-feira modorrenta.

Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.

Cante.




Não seja leviano com o coração dos outros.
Não ature gente de coração leviano.
Use fio dental.

Não perca tempo com inveja.
Às vezes se está por cima,
às vezes por baixo.
A peleja é longa e, no fim,
é só você contra você mesmo.




Não esqueça os elogios que receber.
Esqueça as ofensas.
Se conseguir isso, me ensine.
Guarde as antigas cartas de amor.
Jogue fora os extratos bancários velhos.

Estique-se.

Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida
As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos
vinte e dois
o que queriam fazer da vida.
Alguns dos quarentões mais interessantes que eu conheço ainda
não sabem.

Tome bastante cálcio.
Seja cuidadoso com os joelhos.
Você vai sentir falta deles.

Talvez você case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas
bodas de diamante.

Faça o que fizer não se auto congratule demais, nem seja severo demais com você,
As suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo,
É assim para todo mundo.
Desfrute de seu corpo use-o de toda maneira que puder, mesmo!!
Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele.
É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.

Dance.
Mesmo que não tenha aonde além de seu próprio quarto.
Leia as instruções mesmo que não vá segui-las depois.
Não leia revistas de beleza, elas só vão fazer você se achar feio

Refrão: Brother and Sister
Together we'll make it trough
Someday a spirit will take you
And guide you there
I know you've be hurting
But I've been waiting to be there for you
And I'll be there just helping you out
Whenever I can

Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles
terão ido embora, de vez.
Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu
passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.

Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns
poucos e bons.
Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar,
Mais você vai precisar das pessoas que você conheceu quando jovem.

More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer.
More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.

Viaje.

Aceite certas verdades inescapáveis:
Os preços vão subir, os políticos vão saracotear, você também vai envelhecer.
E quando isso acontecer você vai fantasiar que quando era jovem os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes,
E as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos!!
E não espere que ninguém segure a sua barra.
Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada.
Talvez você case com um bom partido, mas não esqueça que um dos dois de repente pode acabar.
Não mexa demais nos cabelos se não quando você chegar aos 40 vai aparentar 85.

Cuidado com os conselhos que comprar,
mas seja paciente com aqueles que os oferecem.
Conselho é uma forma de nostalgia.
Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo,
esfregá-lo,
repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.

Mas, no filtro solar, acredite.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Histeria - Resumo de caso






HISTERIA, PSIQUE-SOMA: UM CASO CLÍNICO – HISTERIO-EPILESIA?


“Não acredite em Duendes: Eles Mentem Muito; O Menino Maluquinho, Ziraldo”


1. Introdução:

O presente trabalho tem como o objetivo traçar alguns pontos sobre a histeria no mundo contemporâneo que por sua vez tem sido motivo de interesse de estudo, em minha prática clínica, ou em meu “trabalho atual”, o “Psico-Soma”, o relato de um Caso Clínico e as influências teóricas que tenho adotado.

2. Sobre a Clínica Contemporânea:

OUTEIRAL na apresentação de sua obra “A Clínica da Transicionalidade” cita Clarisse Lispector; uma frase, “Escrever é procurar entender, procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permanece vago e sufocador” Isso é o que mais que me traz inspiração neste momento “ Escrevo para salvar vida de alguém, provavelmente a minha” . Dito isso, tento contextualizar a clínica, suas possibilidades, suas impossibilidades, esta segunda, que pouco falamos. Citando Novamente OUTEIRAL que traduz com sua inegável sensibilidade “Buscando nos auxiliar a suportar a solidão, a incerteza, a abstinência, a curiosidade e o não-saber que, entre outros muitos fatores, fazem parte de nosso cotidiano clínico (...). Dentro deste contexto que gostaria de falar da Histeria, levando em considerações que revisões teóricas são feitas. Mas se fala hoje muito mais do desaparecimento das “Histéricas” do que a percepção de suas manifestações e hoje a possibilidade de atendimento: melhor dizendo ou o perguntado: Existiria no mundo Contemporâneo, tempo, possibilidade de atendimento desta manifestação psíquica?


3. Sobre a Histeria.

Penso desnecessário fazer uma revisão teórica de Histeria a partir de Freud. Embora BOLLAS (2000) afirme que em qualquer ensaio sobre a Histeria é necessário fazer referência aos seus famosos traços. Segundo o autor quando pensamos na histeria pensamos em pessoas perturbadas por suas demandas sexuais corporais e por suas idéias sexuais recalcadas. Seriam indiferentes à conversão, superidentificadas com o outro, se expressam de modo teatral, preferivelmente devaneando a existência do que nela mesmo se engajando optando, então, pela ilusão da inocência infantil à mundanidade da vida do adulto.
BERLINCK (1997) questiona: Depois que tudo o que foi dito e escrito a respeito da histeria pelos psicanalistas de ontem e de hoje será que há lugar para mais alguém falar ou dizer algo sobre o que é uma das preocupações centrais da clínica e das teorias inauguradas por Freud? Segue o autor “Ou será que é o momento de silenciarmos à escuta dos que tem algo a nos dizer: os próprios Histéricos?”
Dentro de contexto teórico que relatarei um caso que me foi encaminhado há alguns anos que neste texto retomo. Mas para tanto, penso importante alguma revisão teórica que ainda prossigo.
KHAN escreve que desde os primeiros escritos de Freud, há 100 anos, não tivemos grande coisa na literatura que nos permitisse compreender melhor o histérico, pelo contrário seu estatuto clínico foi confundido com seus distúrbios mais graves da personalidade.

"Todos sabem que Freud atribui inicialmente este não saber a episódios de sedução sexual real na infância antes de relacioná-los a fantasmas de sedução recalcados que o paciente expressava, no presente, através de uma linguagem somática, mas do qual se recusava psiquicamente tomar consciência” (M. Khan)

Para Masud Khan “se é verdade que o histérico no inicio de seu desenvolvimento psicossexual, substitui a exploração sexual do eu-corpo pelo desenvolvimento das funções do eu, pode-se compreender não somente por que ele se mostra fundamentalmente ambivalente e hostil em relação às capacidades inatas do seu eu, mas também porque testemunha de uma aversão hostil e invejosa no que refere a todo funcionamento de eu no objeto amado, durante a vida adulta”


4- Apareceu Ana.

Ana “apareceu”. Digo isso porque ela não procurou atendimento. Foi trazida literalmente “pela mão” por seu Neurologista em um consultório improvisado em um serviço público. Antes de entrarem na sala conversei com seu médico em particular, enquanto ela esperava fora do Consultório. Disse-me: “Ela tem Histerio-Epilepsia! Já foram feitos todos os exames possíveis. Nada encontramos. Suas convulsões são graves e não respondem em nada às medicações. Interamos numa clínica para vigiar seu sono. Ela fugiu de Camisola de ônibus até sua casa. 40 Km. Ele repete: Ela tem Histerio-epilepsia. Precisa fazer análise”.


5- Ela é uma histérica:

Para BOLLAS o histérico, seu corpo impõe uma lógica que ele detesta. Substituindo seu Corpo impelido por uma biologia por “um outro” imaginário simbolizando seu sofrimento por suas partes debilitadas, apesar de mostrar pouco interesse pelo apuro destas.

(Ele permanecerá indiferente a este corpo. Sua Sexualidade lhe parece desarmoniosa e embora recalque as idéias sexuais, acredita paradoxalmente, que elas se tornam um núcleo bastante poderoso daquilo que foi banido e que continuamente, se esforça para retornar a consciência. Ele sempre irá se dissociar de tais retornos, parecendo frio e ascético. Ou poderá fazer justamente o contrário, tornando-se uma espécie de diretor geral de seu mundo interno, exibindo idéias em seu próprio teatro C.BOLLAS 2000)

Continua o autor que em meio a estes extremos, o histérico se mostra perdido em seu próprio mundo. Um mundo de devaneios no qual entre outras possibilidade pode permanecer um eterno inocente, vivendo com uma criança dentro do corpo de adulto. Pode transmitir com competência seu estado mental de modo que outros, com temperamento semelhante, possam identificar-se com sua difícil situação. Continua BOLLAS: “Ele poderia se encontrar em uma comunidade de seres afins, todos transmitindo sintomas que vão e vêm de suas próprias internetes psíquicas”.

6- A Mente e o Psique-Soma:

ABRAM em sua obra “A Linguagem de Winnicott” escreve que a contribuição feita por Winnicott à Psicossomática iniciar-se-ia em um trabalho de 1949 em um trabalho de 1949 Mind and Its Relation to the Psyche-Soma que teria sido inspirado por um comentário de Ernest Jones em um texto de 1946 no qual ele escreveria” Não penso que mente exista como uma entidade”.
Winnicott concordaria, mas acrescentaria que em sua prática clínica observaria que existiam pacientes que sentiam sua mente em algum outro lugar, como se essa então fosse uma entidade separada.

“Esta citação... estimulou-me a tentar buscar minhas próprias idéias em torno desse assunto tão vasto e difícil. O esquema corporal, com seus aspectos temporal e espacial, fornece um valioso exemplo do diagrama que o indivíduo possui de si mesmo. A partir daí acredito que não existe uma localização clara para a mente. Na prática clínica nos deparamos com a mente como uma entidade situada em algum lugar pelo paciente...”
(Winnicott, Mind and Its Relation)


Winnicott empregou o termo “mente” a fim de descrever o funcionamento intelectual similar a uma dissociação do indivíduo que sente sua como uma entidade que não participa de seu sentimento de Self. Em um momento posterior de sua obra, Winnicott refere-se a este fenômeno como “clivagem do intelecto”. É a essa clivagem da personalidade que Winnicott recorre ao escrever sobre as doenças psicossomáticas.

Em seu estudo Winnicott tece uma crítica aos médicos que insistem em enxergar apenas o componente físico do paciente, não vendo que as desordens psicossomáticas situam-se “entre o mental e o físico”.

“Tais médicos estão completamente desorientados com sua teoria; curiosamente, muitos deles omitem a importância que o corpo físico possui, do qual o cérebro faz parte (.” (Winnicott, Mind and Its Relation))

Para Winnicott, no desenvolvimento sadio, a psique e o soma não são distinguíveis, pois é o bebê e a criança em desenvolvimento que estão implicados. O indivíduo que é sadio supõe que seu sentimento de self é parte de seu corpo.





“Eis um corpo. A psique e o soma não podem ser distinguidos, a não ser pela forma como os vemos. Podemos nos voltar para o corpo ou para a psique que se desenvolve. Considero que aqui a palavra psique signifique a elaboração imaginativa dos elementos, sentimentos e funções somáticas, ou seja, a atividade física. Sabemos que essa elaboração imaginativa depende da existência e do funcionamento saudável do cérebro, em especial de determinadas partes. A psique, entretanto, não é percebida pelo indivíduo como localizada no cérebro, ou mesmo em algum outro lugar. Pouco a pouco os aspectos da psique e do soma relacionados à pessoa em crescimento envolvem-se em um processo de inter-relação. Essa inter-relação existente entre psique e soma constitui-se em uma fase inicial do desenvolvimento do indivíduo.”(Winnicott, Mind and Its Relation)


Essa “inter-relação entre psique e soma” constitui o ponto central a partir do qual o sentimento de self se desenvolve.

“Em um estágio posterior, o corpo vivo, que possui limites, um interior e um exterior, é sentimento pelo indivíduo para que possa formar o núcleo do self imaginativo.” (Winnicott, Mind and Its Relation)

Como conseqüência, o núcleo do self que se origina da relação precoce mãe-bêbe encerra a noção de uma integração entre mente e corpo.

“Admitamos que a saúde no princípio do desenvolvimento do indivíduo esteja vinculada à continuidade do ser. O início do psique-soma se dá juntamente com determinada linha de desenvolvimento que faz com que a continuidade do ser não seja interrompida; em outras palavras, para que haja um desenvolvimento saudável do pisque-soma precoce existe a necessidade de um ambiente perfeito. Inicialmente essa necessidade é absoluta.” (Winnicott, Mind and Its Relation)

Winnicott estaria se referindo à total identificação da mãe ao bebê, que é precisamente aquilo que origina um ambiente perfeito. Isso quer dizer que ela é capaz de segurar, manejar e cuidar de seu bebê com interesse, protegendo-o, e com todos os elementos do amor. Se tudo correr bem nos primeiros estágios, isso proporcionará ao bebê o sentimento de ser e um self alojado em seu corpo.


7 – Ana em atendimento.

“É claro que a histeria não desapareceu, porém é ela cada vez mais vivida e tratada como uma depressão (...) a sua substituição é vivida e acompanhada, com efeito, por uma valorização dos processos psicológicos de normalização, em detrimento das diferentes formas de exploração do inconsciente (...) para a psicanálise, psicofarmacologia, para psicoterapia, homeopatia”. (ROUDINESCO 2000)



7.1: Sobre o Setting: O lugar onde atendi Ana merece uma descrição. Tratava-se de um serviço público, há 20 anos. Fazia parte de um projeto de atendimento para pessoas de baixa renda. O número de Consultas era delimitado e aí se iniciava o contrato de trabalho. Consultas Terapêuticas? Provavelmente sim. Não caberia aqui discorrer sobre Consultas Terapêuticas, embora o contexto merecesse tal desdobramento teórico.
7.2: O atendimento e Ana.

Iniciamos os atendimentos e Ana seus relatos. Na época com pouco mais de 20 anos, casada e com um filho. Segundo ela vinha de uma família e de um pai muito austero, além de jogador de “boliche”. Ana diz que se “apaixonou” pelo marido quando teria 17 anos. Diz não ser um grande amor, mas, além disso, esta relação seria uma boa maneira de sair de casa. Perguntada por mim sobre suas convulsões relata sintomas parecidos com os quais o neurologista havia referido. No entanto algo se revela de maneira muito interessante: suas convulsões iniciaram justamente quando ela iniciara a relação com seu namorado, contrariando a “vontade do pai”. Suas convulsões eram em números importantes, nas mais diversas situações e até então não se ligava a alguma situação mais específica, como alguma situação de stress, ato sexual, enfim, ocorriam de maneira aleatória não respondendo a medicação e suas várias tentativas. Seus exames neurológicos não mostravam nenhuma alteração sequer.
Inicialmente Ana mostra-se pouco a vontade. Mas sempre estava no seu horário. Sem atraso. Confiava no atendimento. Tinha esperança.
A partir do segundo mês Ana relata que suas convulsões haviam mudado. Não eram tão freqüentes e não aconteciam mais na rua.
Perguntada sobre seu relacionamento, seu casamento diz que quando iniciou seu namoro, logo engravidou e que escondeu essa gravidez pelo tempo que pode e que, quando isso não foi mais possível fugiu de casa e nunca mais fez contato com os pais. Seu filho nasceu, e suas convulsões somente aumentavam. Perguntei a ela por que escondia de maneira tão sofrida essa gravidez e este neto. Por que passado todo esse tempo fizeram mais contato com seus pais. Ana diz que seu pai, contrário ao casamento ameaçara: “Se tu ficares grávida eu corto a tua cabeça e daquele vagabundo e jogo elas com se fossem bolas de boliche”. Dito isso Ana faz uma convulsão. Bate-se, se urina, vira os olhos e repete várias vezes durante a convulsão: “Sim senhor tudo o que o senhor mandar!” Depois da convulsão no consultório, constrangida, assustada, urinada, tem o ímpeto de sair correndo. Digo a ela para se tranqüilizar e disse: “que bom que sua convulsão havia ocorrido no Consultório, em um lugar onde ela estava sendo cuidada, escutada, em tratamento.” Ana se acalma, e sua preocupação seria como ir embora e passar por todo serviço toda urinada. Olha para uma tolha de mesa e pergunta se pode usar a toalha para ir embora. Digo que sim e peço que traga a mesma de volta na próxima sessão, afinal a toalha não era minha nem dela. Era da Instituição, esclareço.
Ana retorna com uma fiosonomia diferente, mais tranquila, mais a vontade sem relatar a convulsão. Diz estar mais tranquila, uma vez que entre uma sessão e outra não teria tido nenhuma convulsão. Os atendimentos continuam e suas convulsões diminuem até então não mais ocorrerem. Pergunto se ela não deseja ver mais os pais e responde que se sentia mais a vontade para pensar no assunto. Por contrato, o fim do atendimento começa a se aproximar. Dito isso na próxima sessão comparece com o filho. Não interpreto. Atendo. Ao final da sessão agradeço por apresentar seu filho e pontuo que seria interessante que na próxima “consulta” viesse sozinha. Ela concorda e diz: “ Não preciso mais andar com ele, minhas convulsões não acontecem mais.”
Na próxima sessão senta e me diz: “sonhei que estava transado contigo doutor. O Senhor não sonha em transar comigo?” Respondo: que bom que você consegue falar isso aqui. Fico grato pelo seu interesse, mas sou seu terapeuta e que seus desejos eram normais uma vez eu havia a ajudado e teria com ela um vínculo saudável e importante. E que mais importante ainda seria se ela conseguisse manter vínculos assim que lhe fizessem bem sem se destruir. Ana chora e diz que sentirá saudades. Digo a ela que outro colega viria atendê-la e que ela não teria interrupção no tratamento. Ana se mostra triste nas próximas consultas e em nossa última sessão diz não querer ser mais atendida por ninguém que não eu. “Se eu piorar procuro o senhor doutor, em seu consultório particular”. Também senti falta de Ana.


Referências Bibliográficas:

ABRAN, Jan., A linguagem de Winnicott. Dicionário das palavras e Expressões Utilizadas por Donald W. Winnicott Rio de Janeiro, Revinter (2000).
BOLLAS, Cristopher, Hyteria São Paulo. Escuta (2000).
BERLINCK, Manoel (org.) Histeria, São Paulo Escuta (1997).
OUTEIRAL, José A Clínica da Transicionalidade fragmento de adolescente, Rio de Janeiro, Revinter (2000).
ROUDINESCO, E (1997) . El psicoanálisis a fine del siglo XX. La situación en Francia : perspectivas clínicas y institucionales. International psycoanalysis. The news letter of IPA. v.6,1,p.40-45.