quarta-feira, 22 de abril de 2009

Barroco Hi-Tec


O Sujeito Fragmentado: Barroco Hi-Tec.


Se fizermos uma leitura da contemporaneidade, ou como preferem outros “a pós-modernidade” a partir da globalização neoliberal, vamos identificar como muita facilidade com a crise dos estados-nações, com seus enfraquecimentos de suas fronteiras, de distinções entre culturas, aliados a uma mobilidade econômica, geográfica e cultural. Somamos isso as características da natureza geral da guerra e da paz no final do século XX, como diz Bartucci (2006) “uma linha divisória que distingue os conflitos internos dos internacionais que desapareceu ou tende a desaparecer” e com isso reconhecermos no contemporâneo o “lugar da ausência das garantias”
Essa confirmação se é ratificada pelo discurso de nossos analisandos e profissionais em supervisão clínica que recebemos em nosso consultório. Ainda mais, os indivíduos que nascidos no pós-guerra, encontram-se produtivos demonstrando preocupações com seus filhos e netos. Os que se demonstram improdutivos tenta entender o que “deu errado” por meio de uma experiência da ressignificação da sua singularidade, ou subjetividade. .
Fato inquestionável: as novas gerações não têm expectativa de futuro. Participantes deste mundo globalizado, reféns das exigências da contemporaneidade “da performance permanente” os sujeitos fazem acontecer ou pelo menos lançam mão de todos os instrumentos de que dispõe para não ficar de fora, corroborando a promoção da indistinção entre ser e perecer.
Sociólogos, Economistas, historiadores, que trabalham com o tema do “mundo contemporâneo”, enfatizam que dos sujeitos exige-se que sejam ágeis, disponíveis à rápidas mudanças, que assumam riscos continuamente. “Entregues a própria sorte sua autonomia configura-se como uma ilusão de liberdade”
Lembrando o Filósofo Valter Benjamim, é assim que mergulhados neste bojo de processos psicológicos de “normalização” em abandono aos processos que tem como base entre o mesmo ( o eu) e o outro (com quem me relaciono), “sitiados” entre o desejo de normalização e a possibilidade de existência e de resistência em face a renúncia de qualquer plano ou esperança utópicos, constata-se que a fragmentação do sujeito, da subjetividade tem seu lugar em uma nova configuração social constituída no ocidente. O chamado autocentramento, Bartucci (2006), conjugando-se assim ao valor da exterioridade – os destinos do desejo assumindo uma direção autocentrada e exibicionista resultado daí em um deslizamento generalizado do “ser” para o “parecer”. Morte ao Vivo. A falência da subjetividade. Os abusos das drogas sejam elas compradas em “Bocas” ou em “Farmácias”. Em pílulas ou livros de auto-ajuda.E mais alguns ditames que perambulam erroneamente e pergunto: Meu filho vai ser aquilo que eu compro?

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